26/01/2015 - Conheça a atuação das mulheres militares na Missão de Paz no Haiti
Foto: PH Freitas
TC Maria das Graças e Ten Paola vão integrar o 22º contingente do Brabat na Minustah: 19 mulheres no total
Brasília, 22/01/2015
– A tenente-coronel Maria das Graças Andrade de Jesus e a tenente Paola
de Carvalho Andrade em breve passarão por um importante desafio em suas
carreiras. Elas vão integrar o 22º contingente brasileiro da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah).
A partir de junho, Paola, que é jornalista, trabalhará em atividades de
imprensa e Relações Públicas. Já Maria das Graças, que é advogada,
atuará como assessora jurídica. Ao longo desta semana, as militares
participam de reunião preparatória do 22º contingente no Ministério da
Defesa, em Brasília (DF).
A tenente-coronel Maria das Graças conta que esta é a segunda vez que
vai ao país caribenho. Ela integrou o 8º contingente, que esteve entre
2007 e 2008 no Haiti. Agora, a militar vai aproveitar a “rica
oportunidade” para “aprimorar o aprendizado” em operações de paz.
“Existe uma mudança positiva se compararmos o cenário daquela época
com o atual. Vejo que o preparo está mais detalhado e o êxito da missão
depende desse preparo”, afirmou. E completou: “Você vai uma pessoa e
volta outra de lá”. Maria das Graças estará ligada ao Batalhão de
Infantaria de Força de Paz (Brabat).
Já a tenente Paola parte para a nação amiga pela primeira vez. “Quero
entender como o Brasil participa de missões de paz e como alcançou a
excelência que possui”, explicou. A jornalista vai fazer parte da
Companhia de Engenharia Brasileira no Haiti (Braengcoy).
“Sou mais uma militar na missão. Além de executar tarefas típicas da
profissão, estarei à disposição para quaisquer outras iniciativas que
precise”, disse. Atualmente, o Brasil possui ao todo 14 mulheres no
Brabat, quatro na Braengcoy e uma no Grupamento de Fuzileiros Navais.
Peacekeepers
Na tarde desta quinta-feira (22), o chefe da Divisão de Doutrina do Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB),
capitão-de-corveta Rogério de Mello Francesconi, ministrou palestras
sobre igualdade de gênero e proteção de crianças nas operações de paz.
Foto: Tereza Sobreira
Comandante Francesconi: “A proteção à criança também faz parte da promoção dos direitos humanos. Elas são o futuro da nação”
De acordo com Francesconi, os peacekeepers (mantenedores da
paz) têm como atribuições reportar às autoridades casos de sequestro,
rapto, estupros, ataques a escolas e recrutamento ilícito de soldados.
Além disso, os militares brasileiros devem presar pelo cumprimento de
não utilizar mão de obra infantil haitiana. “A proteção à criança também
faz parte da promoção dos direitos humanos. Elas são o futuro da
nação”, salientou.
O chefe também falou sobre qual seria o relacionamento ideal da tropa
com os diversos organismos e entidades nacionais e internacionais que
trabalham no Haiti. “A Organização das Nações Unidas espera que a nossa
atuação seja integrada com essas instituições. É importante manter boas
relações.”
No que diz respeito à assistência humanitária, o capitão-de-corveta
lembrou que as ações realizadas no país caribenho precisam ter como
objetivo beneficiar a população local. E devem acontecer, ainda, sem
discriminação étnica, de gênero, nacionalidade, religião, entre outras.
Quando necessário, o contingente brasileiro age em iniciativas de
auxílio a vítimas de enchentes, retirada de escombros, ações
cívico-sociais e construção de estradas, por exemplo. “O sucesso de uma
operação de paz não depende só dos peacekeepers, mas de um trabalho efetivo de relacionamento com todos os outros atores do país”, finalizou.
Por Marina Rocha
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