24/03/2013 - Chile defenderá com toda a força sua soberania", diz Piñera

FONTE: AFP - AFP/Martin Bernetti

  • Presidente chileno Sebastian Piñera (centro), com o diretor do ALMA Thijs De Graauw (direita) e o diretor geral do ESO Tim De Zeeuw posam para foto durante inauguração do maior observatório astronômico do mundo, em São Pedro do Atacama, no Chile
    Presidente chileno Sebastian Piñera (centro), com o diretor do ALMA Thijs De Graauw (direita) e o diretor geral do ESO Tim De Zeeuw posam para foto durante inauguração do maior observatório astronômico do mundo, em São Pedro do Atacama, no Chile
"Frente a eventuais processos que a Bolívia possa abrir em tribunais internacionais, o Chile e seu povo defenderão com toda a força da união nacional, a história e a verdade seu território, seu mar, seu céu e também sua soberania", declarou neste sábado o presidente Sebastián Piñera.

O governante chileno especificou que todas as ações de seu país estarão "sempre de acordo com o que estabelecem os tratados e as leis internacionais".

A declaração do presidente Piñera, foi dada no Palácio de la Moneda, pelo ministro das Relações Exteriores, Alfredo Moreno, poucas horas depois de o presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciar que vai abrir um processo contra o Chile no Tribunal Internacional de Haia, para recuperar o acesso ao Oceano Pacífico que perdeu em uma guerra no século XIX.

A iniciativa boliviana, que segundo Morales deve se concretizar nos próximos dias, tem como objetivo satisfazer a reivindicação "o Chile ignora há 134 anos".

"O suposto direito da Bolívia de ter acesso ao mar pelo território chileno, assim como a pretensa obrigação que o Chile teria de negociar não têm fundamento, tanto histórico como jurídico", afirmou Piñera durante seu discurso.

De acordo com o governo chileno, o tratado de 1904, que encerrou a guerra entre as duas nações e delimitou as fronteiras, "foi livre e validamente aceito e ratificado tanto pelo Chile quanto pela Bolívia e hoje dia se encontra plenamente vigente".

"Este tratado, que fixou com precisão os limites entre os dois países, constituiu e segue constituindo o pilar fundamental sobre o qual se baseiam a paz e as relações" entre ambos os países. "O Chile cumpre e fará cumprir o tratado de 1904", ressaltou Piñera.

Em resposta à acusação do líder boliviano, Piñera garantiu que "desde 1904, o Chile cumpriu fielmente o tratado, incluindo o direito ao livre trânsito de mercadorias bolivianas por territórios e portos chilenos".

Prova disso, acrescentou, é que "mais de 70% do comércio marítimo realizado pela Bolívia utiliza portos chilenos. Piñera disse ainda que "o Chile sempre teve uma atitude construtiva e de diálogo" com o país vizinho.

O presidente do Chile também falou sobre "as disposições da Constituição Política da Bolívia relativas à reivindicação marítima", que "são totalmente inviáveis para o Chile".

"O direito interno de um país não pode ser evocado para tentar forçar o não cumprimento de um tratado internacional que foi estabelecido de forma válida e que ainda está plenamente vigente", reiterou.

No século 19, a Bolívia e o Peru se uniram para enfrentar o Chile depois que tropas deste país ocuparam o território litorâneo que pertencia à Bolívia.

Esse confronto ficou conhecido como a Guerra do Pacífico (1879-1883), e resultou, para a Bolívia, em uma perda de 400 quilômetros de costa e 120 mil km² de superfície.

As relações diplomáticas entre os dois países não são boas desde 1962, com exceção do período em que Chile e Bolívia foram governados por regimes militares (1975 - 1978). Há 47 anos, exceto pela época da ditadura, os dois países não possuem embaixadores um no território do outro.

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