26/09/2012 - Monitoramento de fronteiras pode salvar 4,5 mil vidas/ano

Monitoramento de fronteiras pode salvar 4,5 mil vidas/ano
26 Set 2012

Exército garante que somente 10% de efetividade do Sisfron já compensará os investimentos

Thiago Gomes

Brasília



Um dos projetos estratégicos prioritários do Ministério da Defesa para os próximos anos, por intermédio do Exército, o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), já saiu do papel e deverá entrar em funcionamento a partir do próximo ano.
Começará por um segmento piloto, em Dourados (MS), expandindo-se para total implementação em dez anos, por todas as regiões de fronteira do País. 
O Sisfron é visto como importante mecanismo de defesa, inserido no Livro Branco de Defesa Nacional (LBDN) e contribuirá diretamente para a redução dos crimes transfronteiriços, especialmente o tráfico de drogas e os delitos dele decorrentes.
Levantamentos de viabilidade feitos pelo Quartel General do Exército, em Brasília, demonstram, segundo  estudos  do Departamento Penitenciário Nacional, que 22% da população carcerária refere-se a pessoas condenadas por envolvimento com o tráfico de entorpecentes. Custo anual da violência decorrente do narcotráfico no País é de R$ 41 bilhões.
Ainda segundo o Comando do Exército, tomando como base o prazo para o funcionamento do Sisfron em 10 anos ( a um custo de R$ 11,9 bilhões) e custo da violência (somente com o narcotráfico) no mesmo período, R$ 411 bilhões, uma efetividade de apenas de 2,97% do projeto pagaria os investimentos  previstos.
Dados da United Nations Office for Drugs and Crimes (UNODC) citam um índice de 22,7 homicídios  por 100.000 habitantes. Para o Exército, 10% de efetividade do Sisfron salvarão pelo menos 4.500 brasileiros da  morte por ano, projeção que por si só já justifica os investimentos propostos.

BARREIRA ELETRÔNICA
O Sisfron é gerenciado pelo general de brigada Antônio dos Santos Guerra Neto, comandante do Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército (CComGEx).  De acordo com o general, como sistema de monitoramento, empregando satélites e radares fixos e móveis, o Sisfron cobrirá uma faixa de 150 quilômetros de largura ao longo de quase 17 mil quilômetros de fronteira. Toda movimentação por rodovias e estradas vicinais será monitorada.
O custo estimado de R$ 11,9 bilhões é dividido em R$ 5,9 bilhões para infraestrutura tecnológica, R$ 3 bilhões para infraestrutura de obras civis e R$ 3 bilhões para infraestrutura de apoio à atuação operacional. Contudo, esses valores poderão ser modificados, em função da revisão do projeto básico, já em andamento.
Ainda conforme o Exército, não bastasse a própria extensão das linhas de fronteiras, o Brasil convive com a realidade dos crimes nessas regiões, como o contrabando, o tráfico de drogas, armas e munição, roubo de cargas e veículo, além dos crimes ambientais. Ainda que em menor escala, há também o roubo de gado, tráfico de pessoas, exploração sexual e infantil e evasão de divisas.
O general Santos Guerra justificou que Dourados, como base da 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, foi escolhida pela importância da área. Ele acredita que ali serão apresentados resultados visíveis à população. O oficial destacou que o Sisfron também permitirá uma atuação interagências, envolvendo outros órgãos, entre os quais a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Ibama, Receita Federal, Agência Brasileira de Inteligência, Funai e Polícia Militar .  resenha/militaresbrasil

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