31/08/2015 - Comandante da Marinha aponta programa nuclear e construção de submarinos como prioridades
Apesar da compressão orçamentária imposta pela atual
crise econômica, o comandante da Marinha, Almirante-de-Esquadra Eduardo
Bacellar Leal Ferreira, demonstrou entusiasmo quanto ao desenvolvimento
de projetos estratégicos em curso na pasta. A questão foi tratada, nesta
quinta-feira (27), em debate na Comissão de Relações Exteriores e
Defesa Nacional (CRE).
- A Marinha sentiu [o corte]. Saiu de um orçamento de R$ 5,2 bilhões
para R$ 3,9 bilhões. O primeiro passo é estabelecer prioridades claras,
que são o programa nuclear e de construção de submarinos, além da
manutenção de nossa esquadra operando – comentou Bacellar.
Para o comandante da Marinha, qualquer ameaça à soberania brasileira
viria necessariamente pelo mar. Daí a grande preocupação, conforme
revelou, de manter o Atlântico Sul livre de conflitos. A estratégia para
alcançar este objetivo estaria focada, assim, no combate ao tráfico de
drogas, armas e pessoas (imigração ilegal via navio mercante) e na
defesa das bacias petrolíferas, inclusive as do pré-sal.
Em relação a outros desafios impostos, reconheceu a obsolescência do
poder naval, observando que algumas fragatas têm quase 60 anos. A
necessidade de investimentos na área seria de cerca de R$ 600 milhões
anuais, mas a Marinha só estaria recebendo um terço disso.
- Não adianta uma capacidade de defesa boa sem regularidade de recursos – declarou Bacellar.
A preocupação do comandante da Marinha com o impacto da crise
orçamentária sobre os projetos estratégicos da pasta foi compartilhada
pelo presidente da CRE, senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), e pelos
senadores Ricardo Ferraço (PMDB-ES), Ana Amélia (PP-RJ), Cristovam
Buarque (PDT-DF), Lasier Martins (PDT-RS), Jorge Viana (PT-AC) e
Raimundo Lira (PMDB-PB), que se manifestaram durante o debate. Edilson Rodrigues/Agência Senado
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