25/05/2015 - Militar é intimado por posts que incitam as Forças Armadas
Defensor de golpe militar depõe na PF
Militar é intimado por posts que incitam as Forças Armadas e pode pegar até quatro anos de cadeia.
Rio - Levantar cartazes e publicar mensagens
nas redes sociais que incitem a intervenção militar pode levar a até
quatro anos de prisão. Líder de protestos que pedem a volta da ditadura,
o capitão da reserva da Marinha, Sergio Luiz Zorowich, foi intimado a
prestar depoimento à Polícia Federal de Santos (SP) sobre o conteúdo que
publica em sua página no Facebook, onde defende o regime de exceção.
Ele será ouvido amanhã pelos policiais.
Sergio Luiz Zorowich terá que se explicar sobre conteúdo que publica na internet
Foto: Reprodução
Zorowich alega que seu depoimento faz
parte do inquérito policial número 0161/15-4, que tem como objetivo
enquadrar defensores do regime militar em crime previsto no Artigo 23 da
Lei de Segurança Nacional. Segundo o texto, quem incitar “subversão da
ordem política ou social” ou estimular “animosidades entre as Forças
Armadas, ou entre estas e as classes sociais ou as instituições civis”
pode acabar preso e sujeito à pena de um a quatro anos de detenção.
O militar disse ao DIA que teve acesso, de
“forma obtusa”, ao conteúdo do inquérito. “O texto é ridículo,diz que eu
criei um governo paralelo, que deixei os quartéis em estado de alerta e
causei conturbação”, ridiculariza o oficial. Procurada, a Polícia
Federal não se posicionou sobre o caso.
Entre militares, Zorowich é visto como
integrante de uma minoria que defende o retorno da ditadura e que não
ameaça a democracia no país. O Exército Brasileiro, a quem os
entusiastas do regime militar recorrem durante manifestações, diz que
não reconhece este tipo de posicionamento.
"Não há qualquer fundamentação para uma
intervenção militar na história recente do País, não cabendo ao Exército
interferir na vida política vigente”, informou, por meio de nota.
Já a Marinha diz que não tem conhecimento do
conteúdo do inquérito da Polícia Federal e alega que cabe à ela a
prevenção e repressão de crimes contra a segurança nacional. Por meio de
sua assessoria de imprensa, afirma, ainda, não conhecer a existência de
grupos que ameacem a democracia e descarta a possibilidade de
indivíduos virem a influenciar outros militares.
Zorowich quer ‘dizimar a corja do PT’
Sérgio Zorowich diz ser vítima de tentativa de
atingir sua credibilidade. Em seu perfil no Facebook, onde é seguido por
milhares de pessoas, ele faz críticas à Petrobras e aos governos Lula e
Dilma. Uma das mensagens compartilhada mostra a imagem de homens
armados e a mensagem “Dizimaremos a corja comunista do PT”. Outra exibe a
foto de uma mulher armada acompanhada da frase “O jeito é sentar o
dedo”. Há também publicações que ligam a presidenta a grupos como o PCC e
o Estado Islâmico.
Em uma de suas postagens, dia 31 de dezembro, o
militar simula sua posse como presidente da República e lista as
medidas que tomaria ao assumir o “poder provisório, interino e
paralelo”. Entre elas estão a privatização e venda de todas as estatais
do país e a intervenção no Congresso. O texto foi compartilhado por 393
pessoas.
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