24/09/2015 - EUA fornecem à Colômbia, de emergência, mísseis AA Stinger e antitanque TOW
ESPECIAL: Em resposta à hostilidade de Caracas, EUA fornecem à Colômbia, de emergência, mísseis AA Stinger e antitanque TOW
Posto de tiro TOW BGM-71C, do Exército colombiano
Por Roberto Lopes-planobrazil
Reportagem exclusiva do analista de Defesa colombiano Erich Saumeth Cadavid revelou hoje, no site de notícias Infodefensa.com,
que, na semana passada, a indústria americana enviou via aérea à
Colômbia dois lotes de mísseis destinados ao Exército e à Infantaria de
Marinha daquele país.
Foram 60 novos mísseis antiaéreos Raytheon FIM-92A Stinger
RMP-Block II, de ombro, aptos a alcançar alvos voando a distâncias de
até 8.000 metros, e 100 mísseis antitanques do tipo BGM-71E-TOW-2A,
acompanhados de 50 estojos lançadores, capazes de impactar alvos
afastados até 3.750 m do ponto de lançamento.
Além dessas armas os militares colombianos estão aguardando um lote de mísseis antitanque RDS Spike MR/LR, modelo com ação de alta eficácia contra alvos a até 8.000 m de distância.
A
sequência mostra um míssil Spike em seu posto de tiro (visto aqui ao
ser exibido em uma feira de armamentos em Singapura), e duas imagens
ilustrativas do funcionamento do míssil antiaéreo americano Stinger
O texto de Saumeth Cadavid dá a entender
que os colombianos não estão interessados em esconder, ou mesmo
disfarçar, o objetivo das aquisições de Stinger e de TOW. Muito pelo contrário.
A Aviação Militar Bolivariana da
Venezuela possui dois esquadrões de modernos caças-bombardeiros de
origem russa Sukhoi-30Mk2 – aos quais os colombianos podem contrapor
apenas um pequeno número de Kfir C-10 modernizados (quatro, segundo uma
informação que circulou na imprensa internacional nos últimos dias).
Além disso os venezuelanos possuem jatos
subsônicos chineses K-8 Karakorum com alguma capacidade de ataque ao
solo por meio de bombas e foguetes não guiados; aeronaves de qualquer
forma bem mais modernas que os velhos e pouco disponíveis A-37B
Dragonfly de fabricação americana da Força Aérea Colombiana (FAC).
Em terra o desequilíbrio é ainda maior.
Os colombianos não possuem carros de
combate. Seu parque blindado é formado apenas por algumas dezenas de
modernas viaturas americanas sobre rodas 8×8 LAV III Gladiador, para
reconhecimento e transporte de tropas (algumas dotadas de postos de tiro
TOW), veículos 4×4 Guardian M-1117 – de limitado valor operacional –, e
os antiquados carros EE-9 Cascavel, equipados com canhão de 90 mm,
fabricados no Brasil pela falida empresa paulista Engesa.
A sequência mostra o LAV III Gladiador, o mais moderno blindado do inventário colombiano
Reyes –
É a segunda vez que os americanos acodem os colombianos em caráter de
emergência, ante um comportamento belicoso por parte do governo de
Caracas.
Em março de 2008, depois que um ataque
aéreo realizado por monomotores A-29 Super Tucano da FAC matou, em
território equatoriano, o líder das Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia Édgar Devia – o Raúl Reyes –, o governo do Coronel Hugo Chaves realizou uma grande mobilização militar em suas fronteiras com a Colômbia.
Em questão de horas o governo de Bogotá
anunciou que estava disponibilizando sete bases aéreas para a operação
de aeronaves de combate da Força Aérea e da Guarda Nacional dos Estados
Unidos. Foi o bastante para que Caracas diminuísse sensivelmente o seu
palavrório intimidador…
Por essa época, analistas ocidentais
classificavam a Colômbia como o terceiro país maior receptor de armas
americanas em todo o mundo.
De acordo com Saumeth Cadavid, os Stinger
vão proteger instalações estratégicas da infraestrutura colombiana e
também prover cobertura antiaérea para frações de tropa desdobradas no
terreno (fixas ou em deslocamento), em missões de vigilância e controle
fronteiriço.
T-72B1 – Os TOW-2A que
chegaram nas últimas horas à Colômbia serão repartidos entre unidades da
força terrestre e dos fuzileiros navais locais.
Conforme o articulista colombiano
enfatiza, é preciso notar que esse tipo de vetor está apto a perfurar as
placas de blindagem reativa Kontakt-1, que revestem diversos
modelos de blindados de origem russa como, por exemplo, o T-72B1, dotado
de canhão de 125 mm – do qual o Exército venezuelano recebeu, nos
últimos anos, aproximadamente 200 unidades (redenominadas de T-72B1V).
Comentários adicionais são dispensáveis…
Tanques T-72B1V em Caracas; notar a blindagem reativa
O Exército colombiano já opera o TOW, mas apenas o da versão BGM-71C, de menor capacidade de penetração.
De acordo com o artigo, uma centena desses mísseis estão, nesse momento, sendo submetidos a um processo de modernização y posiblemente de aumento en sus prestaciones (“e possivelmente de aumento em seus préstimos”).
O texto de Infodefensa.com agrega a informação de que os colombianos iniciaram também um procedimento de manutenção nos seus 500 mísseis anti-tanque RADS Spike MR/LR, com alcances entre 2.500 e 4.000 m.
Comentários
Postar um comentário