20/05/2015 - Marinha escolhe empresa chinesa para construir estação na Antártica
Empresa Ceiec ofereceu o menor preço pelo contrato: US$ 99,6 milhões. Licitação ficou suspensa por três meses; obra só deve ser entregue em 2018.
A Marinha do Brasil confirmou nesta quarta-feira (20) que a empresa
chinesa Ceiec vai construir a nova estação científica Comandante Ferraz,
na Antártica. O resultado do certame foi divulgado no site da
instituição.
De acordo com a Marinha, a proposta dos chineses foi a menor oferecida
entre os três concorrentes (US$ 99,6 milhões, aproximadamente R$ 302,1
milhões).
Em janeiro deste ano, a instituição havia emitido parecer anunciando a
escolha pela Ceiec. No entanto, a OY FCR Finland, da Finlândia, e o
consórcio brasileiro-chileno Ferreira Guedes/Tecnofast apresentaram
recursos judiciais contra a decisão, o que forçou a suspensão da licitação, em fevereiro. O processo foi retomado em abril.
O novo complexo científico vai substituir a antiga base, destruída por
um incêndio em 2012, que causou a morte de dois integrantes da Marinha. A
Promotoria pediu a acusação por incêndio culposo do suboficial Luciano
Medeiros por multiplicidade de mortes, mas ele foi absolvido pela Justiça Militar.
A obra estava prevista para ser entregue em março de 2015, mas, devido
aos atrasos na licitação, a entrega da estação pode ocorrer só em 2018.
Entenda o caso
Esse é o segundo processo licitatório aberto pela Marinha para essa finalidade. O primeiro, iniciado no fim de 2013 e encerrado em fevereiro de 2014, terminou sem a apresentação de propostas.
Esse é o segundo processo licitatório aberto pela Marinha para essa finalidade. O primeiro, iniciado no fim de 2013 e encerrado em fevereiro de 2014, terminou sem a apresentação de propostas.
Na época, poderiam se credenciar apenas empresas nacionais ou estrangeiras que firmassem parceria com organizações brasileiras.
Após o fracasso, a Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (Secirm) abriu em julho do ano passado uma nova etapa,
desta vez permitindo a participação de organizações com 100% de capital
estrangeiro. Desta vez, a inauguração foi adiada para março de 2016.
Devido a pendências judiciais, a licitação atrasou e só foi retomada em abril passado.
Atraso no início da construção
A construção do complexo, prevista inicialmente para ser entregue em março deste ano, só deve iniciar após a assinatura do contrato, ainda sem prazo para acontecer.
A construção do complexo, prevista inicialmente para ser entregue em março deste ano, só deve iniciar após a assinatura do contrato, ainda sem prazo para acontecer.
A Marinha informa que a construção tem prazo de execução de 540 dias
corridos, período que pode ser estendido devido a "fatores
supervenientes, como é o caso das peculiaridades do clima antártico".
Por isso, a entrega da nova estação pode ocorrer apenas em meados de
2018.
Até que a obra termine, módulos provisórios instalados no local
dão infraestrutura suficiente para receber 60 pessoas de uma só vez.
Com isso, as viagens de cientistas brasileiros até o território
antártico terão continuidade, assim como seus trabalhos de pesquisa em
temas como mudança climática e biodiversidade.
O projeto executivo, escolhido em 2013 em um concurso promovido pelo
Instituto de Arquitetos do Brasil, não deverá ser alterado. Segundo o
documento, o edifício principal da nova estação terá uma área total de
4.500 m² e as unidades isoladas, como as torres de energia eólica e a
área para helicópteros, somarão outros 500 m².
Serão 18 laboratórios internos, além de sete unidades isoladas para
pesquisas de meteorologia e da atmosfera. Sua capacidade será para
abrigar 64 pessoas.
(Foto: Divulgação/Estúdio 41)
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