01/04/2015 - Brasil deve manter contrato de compra de caças, diz presidente da Saab
O presidente do conselho de administração da empresa sueca Saab, Marcus
Wallenberg, afirmou nesta terça-feira (31) acreditar que, mesmo com a
crise econômica e os ajustes fiscais promovidos pelo governo federal, o
Brasil cumprirá suas obrigações no contrato para a compra de 36 caças
multifuncionais Gripen NG.
"O Brasil é bom mercado, bem posicionado na América Latina e por isso
continuamos buscando novas oportunidades de investimento. Embora o
Brasil esteja passando por um reajuste, acreditamos que em algum ponto
haverá um retorno dos investimentos até aqui efetuados", afirmou
Wallenberg.
Editoria de Arte/Folhapress |
O empresário se reuniu com a presidente Dilma Rousseff na tarde desta
terça no Palácio do Planalto por cerca de 40 minutos. O ministro Jaques
Wagner (Defesa), o secretário-executivo de Ciência e Tecnologia, Álvaro
Prata, e os ministros interinos Ivan Ramalho (Desenvolvimento) e Sérgio
Danese (Relações Exteriores) acompanharam o encontro.
"O ponto mais importante da nossa conversa que eu gostaria de frisar foi
justamente o nosso acordo consensual, nossa convergência, enfim, nosso
ponto de vista conjunto em torno da possibilidade concreta de avançar no
projeto F2, do avião-caça sueco, de modo a envolvê-lo na participação
conjunta da indústria brasileira nesse projeto e assegurar a
transferência tecnológica efetivamente", disse.
Em outubro do ano passado, o governo federal assinou com a Saab
o contrato para a compra de 36 caças multifuncionais Gripen NG. O valor
do contrato ficou quase US$ 1 bilhão acima do previsto quando a
intenção do negócio foi anunciada, em dezembro de 2013: US$ 5,4 bilhões
(cerca de R$ 13,5 bilhões).
A entrega será de 2019 a 2024, prazo deslocado um ano além do previsto
inicialmente, por questões de capacidade industrial brasileira.
Questionado sobre quando os aviões começariam a de fato serem produzidos
no Brasil, o empresário afirmou apenas que os investimentos na
construção das instalações começará em breve.
"De acordo com o plano atual, vamos começar a fazer o investimento
efetivo na construção das instalações em muito breve e, em seguida, um
grande números de engenheiros brasileiros terão a oportunidade de estudo
na Suécia para aprenderem a tecnologia envolvida na fabricação da
aeronave e depois poderem voltar ao Brasil tendo assimilado essa
tecnologia. Isso deverá estar concluído até a data em que concluirmos o
contrato para utilização efetiva", disse.
"Acredito que até 2019, a primeira aeronave já estará em condições operacionais."
Wallenberg afirmou ainda que apresentou para Dilma o projeto para o
estabelecimento de uma cátedra junto ao Instituto Tecnológico de
Aeronáutica (ITA) para programas de pós-doutorado em engenharia
aeronáutica. folha
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