27/02/2015 - Suspeito de matar soldado da Base Aérea de RO será julgado nesta quinta, 26
Crime aconteceu em fevereiro de 2014; amigos planejam caminhada pacífica. Família da vítima vai assistir ao julgamento, que será realizado em Manaus.
Mary Porfiro, Do G1 Ro
Maria do Socorro, mãe de Alisson, disse
que, como o processo segue em sigilo, não sabe detalhes da investigação e
nem como vai reagir ao ver o suspeito do assassinato. "Ele era meu
único filho homem e deixa muitas saudades. Iremos onde for necessário
para pedir justiça pela morte de um menino atencioso, educado, que não
tinha vícios", afirmou.
Segundo a família, desde criança
Alisson almejava trabalhar nas forças armadas. No ano em que morreu, a
vítima cumpria missão em Ji-Paraná e ficava 40 dias no interior e 40
dias na capital.
O militar chegou a Porto Velho no dia 10
de fevereiro do ano passado, uma segunda-feira, e estava de serviço de
terça para quarta-feira, mas não voltou para casa no horário em que
deveria, porque foi assassinado. "Não tive nem tempo de conversar com
meu filho. Ele amava o que fazia. Eu o esperava em casa, mas
infelizmente, ele não voltou com vida", diz Maria.
De acordo com a testemunha
principal do caso, o recruta que efetuou os disparos contra Alisson
chegou atrasado e recebeu ordens da vítima para que tomasse seu posto na
guarita. A determinação não foi seguida pelo militar, que seguiu para o
refeitório da base para tomar café. Alisson repreendeu o recruta
novamente, por ter chegado atrasado, por não ter cumprido a ordem e por
estar tomando o café destinado a quem estaria saindo do trabalho.
Segundo a testemunha, o acusado não respondeu e só tomou o posto quando
terminou de comer. Quando Alisson chegou à guarita, o recruta fingiu que
o controle do portão quebrou e que iria abri-lo manualmente. Neste
momento, efetuou os três à queima roupa contra a vítima.
O acusado foi preso em flagrante e,
em depoimento, disse que não gostou da maneira como foi notificado e
que o soldado Alisson não deveria "ter cruzado seu caminho".
Apesar do crime ter acontecido na
capital rondoniense, o caso será julgado no Amazonas, pela 12ª Região
Militar, onde fica localizada a sede do Comando Militar que rege os
estados do Amazonas, Roraima, Acre e Rondônia. O inquérito corre sob
sigilo, conforme previsto no Código de Processo Penal Militar.
A família e os amigos que não
acompanharão o julgamento em Manaus estão organizando uma caminhada
pacífica para pedir justiça e a apuração dos fatos. O movimento será
realizado às 13h (horário local), no final da avenida Jorge Teixeira, em
frente ao aeroporto da capital, onde ocorreu o crime. Os organizadores
estão pedindo aos participantes que utilizem camisas brancas.
Família de soldado assassinado por colega de trabalho em RO pede justiça
Familiares fizeram manifesto pacífico com cartazes e faixas em Porto Velho. Julgamento está acontecendo em Manaus, AM, na tarde desta quinta-feira.
Mary Porfiro
No início
da tarde desta quinta-feira (26), familiares do soldado da Base Aérea de
Porto Velho (BAPV) Alisson R. de Oliveira, assassinado em fevereiro de
2014 quando saía do serviço, pediram justiça, com faixas e cartazes na
entrada do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA), local do
crime. Os pais da vítima, a irmã e a ex-noiva estão presentes no
julgamento que está acontecendo em Manaus (AM), enquanto os demais
familiares aguardam o resultado na capital rondoniense.
Segundo José Augusto, tio da
vítima, a ideia do manifesto pacífico é relembrar o caso e expandir a
esperança da condenação do recruta acusado de atirar em Alisson.
"Meu sobrinho morreu sem motivo. Ninguém tem o direito de tirar a vida
de ninguém. Queremos justiça e, por mais que o julgamento esteja
acontecendo em Manaus, estamos aqui em Porto Velho com esperança de que o
suspeito seja condenado", afirma.
A família do soldado escolheu o horário
de almoço para fazer a manifestação porque a intenção era lembrar o caso
uma hora antes do início do julgamento, que estava marcado para as 14h
(horário local). "Não vamos ficar aqui a tarde toda. Queremos apenas
relembrar o que houve e, caso não haja justiça, estaremos sempre que
possível tirando a poeira do caso do soldado R. Oliveira", conclui o tio
de Alisson.
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