05/06/2013 - Operação Integrada

Demorou, mas o governo federal parece ter acordado para a necessidade de vigiar melhor os 16.886 quilômetros de fronteira, sendo 7.363 quilômetros de linha seca e 9.523 quilômetros de rio, lagos e canais, que dividem os Estados do Amapá, Pará, Roraima, Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul com os países da América do Sul. Pelo menos essa possibilidade ficou clara ontem na fala da presidente Dilma Rousseff ao defender aumento na parceria com Estados e municípios no combate ao crime organizado nas regiões de fronteira, quando a chefe do Palácio do Planalto anunciou que as Unidades da Federação localizadas em região de fronteira vão receber escâneres móveis que localizam drogas e armas escondidas nos caminhões e nos carros, até mesmo nos pneus ou na lataria dos veículos. Além dos escâneres, o governo federal vai repassar R$ 30 milhões aos Estados fronteiriços para a instalação de câmeras de vigilância ao longo da faixa de fronteira.
A sociedade sul-mato-grossense agradece a iniciativa do Palácio do Planalto, mesmo porque o Estado possui mais de 7 mil quilômetros de fronteira seca com o Paraguai e com a Bolívia, por onde entra todo tipo de drogas, armas e munições, e, igualmente grave, por onde saem os veículos que são roubados em solo brasileiro e legalizados nesses países. Essa postura vigilante do governo federal já havia ficado patente com o potencial da Operação Ágata 7, iniciada na semana passada quando as Forças Armadas formaram um gigantesco contingente de 33,5 mil militares e agentes das polícias Federal, Rodoviária Federal, Polícia Militar e de agências governamentais, no combater ao crime organizado por meio do Plano Estratégico de Fronteiras. O primeiro balanço parcial da Operação Ágata 7 revela que foram vistoriados 184 mil veículos e 12 mil embarcações, o que levou à apreensão de mais de 6 toneladas de drogas e 8 mil quilos de explosivos.
A presidente Dilma Rousseff também mostrou que está atenta para a necessidade de se fiscalizar as fronteiras ao afirmar que o Exército, a Marinha e a Aeronáutica seguirão em parceria com as forças auxiliares na missão de combater o crime organizado que vem atuando impunemente nas regiões fronteiriças. É preciso reconhecer, no entanto, que a preocupação com a segurança nas faixas de fronteira tem sido uma constante no governo Dilma Rousseff, tanto que o Plano Estratégico de Fronteiras, lançado pela presidente, apreendeu 360 toneladas de drogas, 2,2 mil armas, 280 mil munições e 20 toneladas de explosivos em 18 meses de atuação. Além disso, o Brasil firmou acordos com países como Colômbia, Paraguai, Peru e Bolívia para com-bater de forma mais efetiva o crime organizado na região, intensificando a cooperação na área de inteligência e também na repressão ao crime organizado.
Criado com o objetivo de integrar órgãos de segurança e forças policiais para proteger as fronteiras brasileiras contra o narcotráfico, contrabando de armas, roubo de animais e outros crimes, o Plano Estratégico de Fronteiras trouxe resultados importantes para a política de segurança pública. Até o final de 2012, o trabalho conjunto dos organismos de segurança mobilizados pelo plano já havia desarticulado 42 organizações criminosas, com a prisão de 20.737 pessoas em flagrante, apreensão de 2.235 armas de fogo, de 280.785 munições, de 350 toneladas de drogas, de 9.545 veículos e de mais de R$ 12 milhões em dinheiro. Vigiar melhor as fronteiras é o caminho mais curto para garantir a redução da criminalidade não apenas nas regiões fronteiriças, mas, sobretudo, nos grandes centros urbanos brasileiros, para onde são levados 90% de toda maconha e cocaína que saem do Paraguai e da Bolívia. Oxalá, operações como a Ágata 7 e iniciativas como o Plano Estratégico de Fronteiras passem a fazer parte do cotidiano dos brasileiros.
FONTE:  OPROGRESSO

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