03/01/2013 - Prepare o bolso para contas mais caras

Prepare o bolso para contas mais caras

O seguro do carro ficará salgado em 2013, assim como o IPTU, o colégio e o material escolar dos filhos. Especialistas alertam: quem gastou todo o 13º salário deve readequar as despesas. Do contrário, vai começar o ano no aperto

DIEGO AMORIM


Para quem torrou o 13º salário sem pensar no fim da festa, chegou a hora da ressaca financeira. Além de arcar com a fatura do cartão de crédito, os que gastaram mais do que podiam terão, neste início de 2013, de encarar os impostos e os pesados reajustes nos preços de serviços. O Correio elencou as principais despesas dos brasilienses a partir de janeiro e reuniu dicas para evitar que as dívidas transformem o começo do ano em um pesadelo.
A maior parte dos trabalhadores diz reservar o salário extra para quitar débitos ou poupar. Mas, na prática, a história costuma ser diferente. Levados pela tentação do consumo, muitos chegam ao réveillon com as contas apertadas, quando não no vermelho. Com a inflação ainda assombrando, o educador financeiro Álvaro Modernell recomenda: “Para quem está sem reserva de caixa, vale acender a luz amarela antes que seja tarde”.
Reavaliar o orçamento e dar um jeito de cortar gastos é a saída para o grupo dos endividados. “Ninguém gosta de reduzir o padrão de vida, mas não tem outro jeito”, reforça Rogério Olegário, também educador financeiro. Ao comentar a situação dos que perderam o controle das compras no fim do ano, ele não perde a chance de dar bronca: “Todo ano é a mesma coisa: as pessoas não aprendem a se planejar e a cuidar das finanças o ano inteiro”.
Quem fez o dever de casa e preservou o 13º salário poderá, além de aproveitar as liquidações de verão, pagar a cota única de impostos com desconto de 5% — considerado razoável para a situação econômica atual. O Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) subiu 5,39%, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). A Taxa de Limpeza Urbana (TLP), cobrada com o IPTU, ficou 7,52% mais cara. Os carnês começam a ser distribuídos na segunda quinzena de fevereiro.
O início do ano promete ser mais tranquilo para quem se livrou de dívidas e ainda está com dinheiro guardado. Financiamentos imobiliários e outros compromissos já assumidos devem ser prioridade. Quem se enrolou não tem outra opção, sustentam os especialistas: é “segurar a mão” e se programar para o perrengue não se repetir em 2014. Empréstimos? Só em situações extremas, e nada de pegar mais do que o necessário para pagar faturas inadiáveis.
As contas do analista de sistemas Lairson Giesel, 35 anos, estão sob controle, mas isso não garante sossego. “A gente tenta se preparar, mas os aumentos parecem que sempre nos pegam de surpresa”, comenta ele, pai de três garotos. As mensalidades das escolas particulares do Distrito Federal ficaram até 15% mais caras para 2013. Itens de papelaria e livros didáticos também subiram de preço no fim de 2012 — entre 5% e 7% — e novos aumentos não estão descartados.
Sem dinheiro sobrando, Giesel vai parcelar os impostos o máximo de vezes possível: três para o IPVA (mais barato para 94% dos contribuintes) e seis para o IPTU. O esforço será para manter em dia o pagamento dos financiamentos do carro e da casa no Jardim Botânico. “Vai ter um pouco de sufoco, mas acho que vai dar para sobreviver”, afirma ele, que reconhece não se programar para o início do ano. “Vivo um mês de cada vez”, completa.

Pequeno alívio

O aumento da conta de água será definido somente em março, mas é dado como certo — no ano passado, a alta foi de 11,2%. Quanto à luz, um alívio: o governo federal mexeu em encargos e promete redução de 16,2% para o consumidor. Já a Contribuição de Iluminação Pública (CIP), apesar de valores irrisórios, subirá 8%. A taxa deve custar menos de R$ 1 para quem consome até 220 Kwh/mês e de R$ 1 a R$ 5, para os consumidores que gastam entre 221 a 1.000 Kwh/mês.
Usado para a correção da maioria dos contratos de aluguel, o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) fechou 2012 com alta acumulada de 7,82%. Proprietários levam em conta a valorização dos imóveis, o que deve pesar ainda mais no bolso dos inquilinos. O mesmo indicador serve de parâmetro para reajustes de tarifas de serviços como TV por assinatura. Quem pretende viajar no verão, mas não comprou pacote, também encontrará preços mais salgados, com aumentos de até 30%.
Não bastasse, gastos relacionados ao automóvel ajudarão a inchar o orçamento das famílias. O combustível subirá de preço em 2013. O seguro obrigatório, o Dpvat, encareceu 4,4%. E o valor de seguros privados, no DF, registraram saltos assustadores de até 20%. “Não tem nada a ver com inflação. O problema foi o aumento de roubos e furtos”, diz Carlos Cavalcanti, representante do Sindicato das Empresas de Seguros Privados, de Capitalização, de Resseguros e de Previdência Privada Complementar (Sindseg).

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