17/11/2015 - Exército encerra operação Dourados
O Exército encerrou à meia noite deste domingo (15) a Operação Dourados,
iniciada no dia 1º de setembro deste ano para garantir a paz entre
índios e produtores rurais do município de Antonio João, a 279 km de
Campo Grande, na fronteira do Brasil com o Paraguai.
Em nota, o comando da 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada em Dourados,
que coordenou a operação em Antonio João e também nos municípios de
Ponta Porã, Aral Moreira e Bela Vista, diz que a missão “foi cumprida”.
Os militares começaram a deixar a região nas primeiras horas desta
segunda.
Determinada pela presidente Dilma Rousseff a pedido do governador Reinaldo Azambuja
(PSDB), a operação tinha sido iniciada no 1º de setembro deste ano,
três dias após o confronto entre fazendeiros e índios que lutam pela
demarcação do território de Ñanderu Marangatu, que terminou com a morte
do guarani-kaiowá Semião Fernandes Vilhalva, 24, alvejado com um tiro na
cabeça, na fazenda Fronteira. campograndenews
A operação tinha sido prorrogada
por duas vezes - a primeira em outubro, por 30 dias, e a segunda agora
no início de novembro, mas por apenas mais 15 dias.
1.200 homens mobilizados
– De acordo com o Exército, nos 75 dias da operação, “para garantir a
lei e a ordem”, pelo menos 1.200 homens foram mobilizados nos quatro
municípios. Nas áreas ocupadas pelos índios, os militares permaneceram
na porteira de duas fazendas e nas rodovias que ligam as cidades da
região e passam pelas propriedades.
Uma dos locais vigiados pelos
militares era a sede da fazenda Fronteira, de propriedade do ex-prefeito
Dácio Queiroz Silva, que mora no local. Uma equipe do Exército
permanecia em frente à casa, a menos de 500 metros do local onde Semião
morreu e onde fica um dos acampamentos dos índios.
“Foram 75 dias
de operações ininterruptas sendo empregados cerca de 1.200 militares do
Exército, além da importantíssima participação dos órgãos de segurança
pública, estaduais e federais, cabendo destacar o Departamento de
Operações de Fronteiras e a Força Nacional de Segurança, órgãos que
atuaram ininterruptamente conosco, na área de operações”, diz trecho da
nota da 4ª Brigada.
“Imparcialidade” – O comando
afirma que durante esse período, o Exército pautou sua atuação “pela
total imparcialidade e segundo a lógica de que, a despeito do
contencioso existente, todos nós somos brasileiros”. Não há registro de
incidentes durante a permanência dos militares na área de conflito.
“Seguimos,
assim, a cartilha escrita pelo nosso patrono, o Duque de Caxias, que,
em meio às revoltas internas do século XIX que ameaçavam dividir o
Brasil em diversos Estados independentes, tal qual ocorreu no restante
da América do Sul, liderou a Nação para que a mesma permanecesse unida e
integrada tal qual ela é hoje”, afirma nota do comando do Exército em
Dourados.
A nota é concluída afirmando que o Brasil como Nação é
bem maior do que os “contenciosos sociais existentes”, mas defende
medidas para “superá-los com urgência”.
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