Rebocador Laurindo Pitta, da Marinha, percorre as águas da Guanabara em passeios com até 90 pessoas
Carolina Farias
OGLOBO - O Rio guarda uma infinidade de passeios que ganham mais charme no verão. E, se o roteiro mistura História com a paisagem natural, fica ainda melhor. Os cenários da Baía de Guanabara são as estrelas do passeio da Marinha no rebocador Laurindo Pitta, única embarcação no Brasil remanescente da Primeira Guerra Mundial. Por cerca de uma hora e 20 minutos, o barco desliza pela baía, oferecendo belos ângulos do Rio e de Niterói. O tour é tema da sexta reportagem do Verão Rio 2013, realização do GLOBO em parceria com a Orla Rio e patrocínio da Skol, do Boticário, da Mormaii Relógios, da prefeitura do Rio e da Riotur, com apoio da Americanas.com.
O passeio começa no Complexo Cultural da Marinha, na Praça Quinze, onde fica ancorado o navio-museu Bauru, que participou da Segunda Guerra Mundial. Dentro da embarcação, é possível entender como era a rotina dentro de um navio de guerra, já que todos os ambientes foram adaptados para receber visitantes. Também ancorado na Praça Quinze está o submarino Riachuelo (outro transformado em museu), que serviu à Marinha por 20 anos. O próprio Laurindo Pitta, cujo nome homenageia um deputado que apoiava as causas navais no início do século 20, tem um museu que explica como a embarcação apoiou a missão do Brasil na Primeira Guerra.
Depois de desbravar o complexo, é hora de zarpar no rebocador. Com capacidade para 90 pessoas, a embarcação leva sempre um guia que conta a história dos 17 pontos turísticos que mais se destacam na baía. Parte da história do Rio é revelada por alguns desses lugares, como os fortes e a Ilha de Villegaignon, que hoje abriga a Escola Naval, mas que já foi a "França Antártica", território tomado por franceses, de 1555 a 1560.
No último dia 24, O GLOBO acompanhou um desses passeios. O barco estava repleto de cariocas e turistas de várias partes do Brasil. A maioria era formada por crianças, curiosas e impacientes para ouvir o apito que sinalizava a saída do rebocador. Câmeras e celulares não descansam durante o passeio, afinal, são ângulos perfeitos para fotos de fazer inveja aos amigos nas redes sociais. Em dia de tempo bom, dá para ver até a Serra dos Órgãos, com o Dedo de Deus, ao longe. O rebocador também passa perto do Forte da Lage (com "g" mesmo, como se escrevia antigamente), que está quase em ruínas e fica bem na entrada da baía. Desse ponto, Rio e Niterói são separadas somente por 1.600 metros.
A dentista Isabel Maia, de 46 anos, mora em Divinópolis (MG) e estava com duas amigas no barco. Elas se disseram surpresas com o custo-benefício do passeio: R$ 15 o bilhete para adultos - crianças e maiores de 60 anos pagam meia-entrada.
- Fiz todos os passeios, no Cristo, Pão de Açúcar, mas achei tudo muito caro. Aqui não. É um dos melhores e mais baratos - disse a dentista.
Depois de tentar por várias vezes e não conseguir ingresso, a economista Cláudia Matos, de 47 anos, finalmente pôde fazer o passeio com o filho Ricardo, de 12 anos. Carioca inconformada por "conhecer mais São Paulo do que o Rio", Cláudia nunca foi ao Cristo Redentor, mas sempre leva o filho a museus na capital e em Niterói:
- A gente é carioca, tem que conhecer melhor nossa cidade. Um passeio de R$ 15 vale a pena, é acessível.
O Espaço Cultural da Marinha fica na Avenida Alfredo Agache s/n, na Praça Quinze. A visitação acontece de quinta a domingo, às 13h15m e 15h15m. Os ingressos custam R$ 15 (adultos) e R$ 7 (estudantes, crianças até 12 anos e adultos com mais de 60 anos). A venda de ingressos em dias de passeio acontece a partir das 11h. Telefones: 2233-9165 e 2104-6992.
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