08/09/2015 - Governo admite devolver atribuições a militares
Após
mal-estar, Ministério da Defesa anuncia que deve editar portaria para
devolver aos comandantes militares o poder de movimentar pessoal nas
Forças Armadas. O ministro Jaques Wagner(Marcelo Camargo/Agência Brasil).
Depois
da controversa decisão da presidente Dilma Rousseff de retirar poderes
dos comandantes das Forças Armadas, o ministro da Defesa, Jaques Wagner,
disse nesta terça-feira que deve delegar a Exército, Marinha e
Aeronáutica as funções de editar atos relativos ao pessoal militar.
Tradicionalmente cabia aos comandantes militares esta tarefa, mas a
presidente baixou na última semana um decreto que dava ao ministro da
Defesa atribuições como a reforma de oficiais, a transferência de
militares para a reserva remunerada e até a escolha de capelães
militares.
"O Ministério da Defesa deverá publicar portarias de delegação de
competência aos comandantes militares para a publicação de atos no
âmbito de cada força, Marinha, Exército e Aeronáutica", disse em nota o
ministro Jaques Wagner. Segundo ele, o novo texto apenas atualizaria
legislações anteriores à criação do Ministério da Defesa. "A publicação
do decreto 8.515/15 obedece ao processo de consolidação institucional do
Ministério da Defesa e não fere o papel constitucional das Forças
Armadas", afirmou o ministro. Oficialmente, nem Wagner nem os
comandantes militares foram consultados sobre a edição do decreto.
A Casa Civil informou que o envio do decreto à presidente Dilma
atendeu a uma solicitação da secretaria-geral do Ministério da Defesa,
comandada pela petista Eva Maria Chiavon. O comandante da Marinha,
almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, que estava ocupando o cargo de
ministro interino da Defesa, e que viu seu nome publicado no Diário
Oficial endossando o decreto, disse que não sabia da existência dele.
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