28/07/2015 - Executivo preso na Lava Jato é vice-almirante da Marinha

Othon Luiz da Silva comandou programa secreto de enriquecimento de urânio.

Diretor-presidente licenciado da Eletronuclear foi alvo da Operação Lava Jato.




Lucas Salomão Do G1, em Brasília Preso na manhã desta terça-feira (28) durante a 16ª fase da Operação Lava Jato, o diretor-presidente licenciado da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, é vice-Almirante da Marinha, posto mais alto para engenheiros navais.
Engenheiro naval, mecânico e nuclear, ele é o fundador e responsável pelo Programa de Desenvolvimento do Ciclo do Combustível Nuclear e da Propulsão Nuclear para submarinos da Marinha. O programa levou ao desenvolvimento de centrífugas de enriquecimento de urânio que, atualmente, produzem parte do combustível das usinas nucleares de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.
 

OPERAÇÃO LAVA JATO
Os detalhes do programa comandado por Othon foram mantidos sob sigilo de Estado durante a ditadura militar brasileira. Em 1994, ao completar 55 anos, o oficial se aposentou da Marinha e abriu uma empresa de consultoria para projetos na área de energia.
Em 2005, durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-Almirante assumiu a presidência da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras.
Foi sob a gestão de Othon da Silva que as obras da usina de Angra 3 foram retomadas, após duas décadas do início da construção. Ele foi afastado do cargo em abril deste ano, quando surgiram denúncias de pagamento de propina a dirigentes da empresa.
Durante as investigações da Lava Jato, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal
(MPF) encontraram indícios de pagamentos de propina para dirigente da Eletronuclear, feitos pelo consórcio de empreiteiras Angramon e pela Engevix, de acordo com os investigadores.
Segundo investigações, a Engevix e as empresas que fazem parte do consórcio – Andrade Gutierrez, Odebrecht, Camargo Corrêa, UTC, Queiroz Galvão, EBE e Techint – pagaram vantagens indevidas ao então diretor-presidente da Eletronuclear em contratos de 2009, por meio de empresas intermediárias. A Polícia Federal e o procurador federal Athayde Ribeiro Costa afirmaram que o dirigente recebeu R$ 4,5 milhões em propina.

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