25/03/2015 - Herói de guerra, especialista da FAB relembra momentos na Itália

“Eu entrei com 18 anos na Escola de Especialistas, antigamente sediada no Galeão. Com 19 anos eu me formei Terceiro Sargento e, um mês depois, já estava viajando para a guerra”. O depoimento é do Major Especialista em aviões João Rodrigues Filho, de 92 anos. Mecânico do Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1° GAVCA), ele e outros 120 especialistas foram fundamentais para a campanha de sucesso do Brasil ao lado dos aliados na Segunda Guerra Mundial.

A Força Aérea Brasileira participou da guerra com as potências aliadas para lutar contra o nazifacismo. O Primeiro Grupo de Aviação de Caça, subordinado ao 350° Fight
  er Group da Força Aérea Americana, levou 25 aeronaves de caça P-47 Thunderbolt para a Itália. Segundo o militar, o avião era uma "máquina". “O P-47 era um avião fantástico. Ele era um avião extremamente forte. A aeronave decolava com duas bombas de 500 libras nas asas e uma embaixo do trem de pouso, além de oito metralhadoras com 500 tiros cada uma”.

O Major João conta que o esquadrão atingia regularmente um feito operacional: mais de 90% de disponibilidade das aeronaves nos céus, ou seja, os especialistas sempre deixavam a grande maioria
dos aviões em condições de voar. “A importância desses militares para a guerra foi manter os aviões disponíveis. Na aeronave de caça só quem voa é o piloto, então nós não voávamos, mas deixávamos o avião pronto para decolar”, afirmou.

O trabalho apresentou resultados. No último mês de guerra, um relatório do 350° Fighter Group demonstrou a importância do esquadrão brasileiro. No período de 6 a 29 de abril de 1945, os brasileiros realizaram 5% das missões feitas pelo comando aerotático dos aliados, mas foram responsáveis por um total de 15% de veículos e 28% de pontes destruídos, além de 36% dos depósitos de combustíveis e 85% dos depósitos de munição danificados.

De acordo com o major, os sargentos foram fundamentais para a guerra, especialmente os mecânicos, os especialistas em lanternagem e os especialistas em rádio. “Muitas vezes o avião chegava avariado. Nesses casos, o mecânico e o especialista em lanternagem tinham que fazer os reparos, colocar remendos na aeronave. Tinha avião que era cheio de marquinha de buraco”, lembra.


  Paixão por aviões

Desde menino apaixonad
o por aviões, o Major João mantém uma coleção de pequenas aeronaves em casa. Ele é grato à Força Aérea por ter realizado seu sonho. “Eu tinha muito orgulho de ser o que eu era: Sargento Especialista da Força Aérea Brasileira e de ter servido na guerra”, conta.

Durante a época na Itália, os militares eram responsáveis por determinada aeronave e criavam uma relação especial com ela. “Eu tinha 54 quilos, era muito magro, mas tinha um avião. Para mim, isso possuía uma importância muito grande. A relação que nós tínhamos com a máquina era: eu, o avião e o piloto”, concluiu.

Fonte: Agência Força Aérea

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