11/10/2013 - Cão paraquedista do Exército realiza salto livre pela primeira vez


Chivunck é um pastor belga malinois de 13 meses.
Ele saltou com Brigada de Infantaria Paraquedista em Resende, RJ.

Cão paraquedista Chivunck no primeiro voo livre duplo da Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército Brasileiro (Foto: 3º Sargento Marco Antônio Messias/Cometas)Cão paraquedista Chivunck no primeiro salto livre duplo da Brigada de Infantaria Paraquedista
(Foto: 3º Sargento Marco Antônio Messias/Cometas)
Um cão da Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército Brasileiro participou de um salto livre pela primeira vez na tarde desta quarta-feira (9), em Resende, no Sul do Rio de Janeiro. Chivunck, um pastor belga malinois de 13 meses, já tinha realizado um salto antes, mas do tipo semiautomático, quando a abertura do paraquedas é feita por um gancho preso à aeronave. Desta vez, a abertura foi em pleno voo, o que nunca tinha acontecido em salto com animal da Brigada. Com Chivunck estavam um tenente e um cabo do exército, a quem o cachorro estava preso (veja no vídeo abaixo o momento do salto, gravado pela Brigada).
"Ele reagiu muito bem, como a gente esperava, já que o animal foi escolhido entre outros porque já vem se adaptando ao salto gancho e agora a esse salto", contou o cabo Alexandre Batista Januário da Silva, que também é o adestrador de Chivunck. "Foi um salto bem aproveitado, tendo em vista que essa aqui foi uma atividade de treinamento. Uma atividade que gente estava planejando há algum tempo já, e a gente conseguiu realizar e finalizar hoje".
Cão paraquedista Chivunck (Foto: Paola Fajonni/G1)Chivunck já tinha participado de salto de
paraquedas, mas nunca do tipo livre
(Foto: Paola Fajonni/G1)
De acordo com o cabo Januário, que também participou do primeiro salto do cão paraquedista, Chivunck não ficou nervoso no avião porque "já está acostumado com a atividade" e as pessoas na aeronave estavam seguras. “O animal depende muito de como as pessoas estão. Estavam todos muito tranquilos, muito seguros por causa do treinamento que a gente vem fazendo já há muito tempo. Até chegar aqui teve um árduo treinamento, não só o animal, como o próprio cinófilo [a pessoa a quem o cão fica preso durante o salto], os outros paraquedistas”.
Eles pularam de uma altura de aproximadamente quatro mil metros. A aeronave da qual saltaram decolou do Aeroclube de Resende, onde também aconteceram as aterrissagens. O local contava com equipe médica e veterinária para o caso de alguma emergência. Para que o salto livre duplo com Chivunck fosse realizado, a Brigada precisou desenvolver um equipamento apropriado, já que a atividade era inédita.
“Foi desenvolvido esse hardness [equipamento] para o cachorro, especialmente para ele. É um hardness ajustável, que permite que ele fique preso com quatro pontos de ancoragem ao corpo do passageiro, que é o nosso cinófilo, o tratador dele”, explicou o major Alexandre Vilaverde, chefe da equipe de salto da Brigada de Infantaria Paraquedista. “Piloto, cinófilo e cão, ficam um preso ao outro em sequência”.
Preparação do animal
Além do equipamento, foi necessário treinar o cão. A preparação incluiu exercícios físicos, adestramento e auxílio de veterinários para garantir o bem estar do cachorro. De acordo com o tenente Alfred Marques de Almeida, comandante do 36º Pelotão de Polícia do Exército Paraquedista, a primeira etapa de treinos começou quando Chivunck tinha quatro meses, idade em que ele iniciou as atividades físicas diárias. Aos dez, começou a preparação específica para os saltos.

A boa relação entre cachorro e cinófilo também é importante para um salto, pois estar acostumado ao adestrador ajuda no comportamento do cão. "A gente faz de tudo para preparar o animal, desde filhote, com um adestrador. Um, dois ali, para o caso de um não estar sempre presente. Mas o animal já tem aqui no cinófilo, a gente diz o 'homem-cão', já tem aquela adaptação ao próprio ser humano, ao adestrador dele", explicou o cabo Januário. "A nossa função, o cinófilo, na verdade é selecionar e treinar ele [o cão] para a função".
“Ele passa dois meses de atividade física um pouco mais intensa, atividade de subir, descer, aquela parte mais específica para a questão de lançamento. Depois disso a gente vai par a área de estágio, faz mais três semanas, o cão está habilitado. A gente vai para o avião, faz o lançamento. A partir de então o cão está apto”, disse o tenente Alfred.
O adestrador de Chivunck contou que ele está na Brigada desde filhote, o que é o ideal, pois assim é possível identificar a “vocação” do animal. “Porque a gente vê se ele vai ser um melhor cão de polícia, um cão melhor para faro... Sendo da raça malinois, a gente consegue ter todos esses cães”, concluiu o cabo Januário.
Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército Brasileiro com Chivunck antes do salto (Foto: 3º Sargento Marco Antônio Messias/Cometas)Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército Brasileiro com Chivunck antes do salto
(Foto: 3º Sargento Marco Antônio Messias/Cometas)

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