12/09/2013 - Major do Exército armado, expulsa manifestantes de prédio no Rio

Vídeo: morador usa arma para expulsar manifestantes de prédio no Rio

FONTE: Extra

Um morador de Laranjeiras, bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro, expulsou com arma em punho manifestantes que se abrigavam dentro do prédio dele, no sábado, 7 de setembro. O grupo entrou no local carregando um senhor ferido, para tentar escapar do efeito do gás lacrimogêneo e das bombas de borracha. Já havia bastante gente refugiada no prédio. A atitude do morador, o major do Exército Alexandre Jorge dos Santos, foi registrada em vídeo (aparece em cinco minutos e 25 segundos de imagem).
Enquanto os socorristas cuidavam de alguns feridos, o morador saiu do prédio gritando, com a arma na mão.
“Vou botar todo mundo pra fora! Vaza! Vaza todo mundo daqui! Vai vazando todo mundo!”, gritou ele. “Lá em casa está cheio de gás por causa desta vagabundagem aqui!”.
Uma moradora ainda tentou intervir, mas não teve sucesso diante da reação do homem. Sem opção, os manifestantes saíram do prédio. Depois, o morador ainda os seguiu até uma galeria. Além dos manifestantes, no grupo havia socorristas voluntários que tratavam os feridos no conflito.
Uma das pessoas que ajudavam a socorrer as vítimas era a diretora da Rede de Defensores Independentes dos Direitos Humanos (RDIDH), Maristela Grynberg. Ela ficou revoltada com a atitude do morador.
“Buscamos abrigo aqui por emergência e somos tratados desta forma, inclusive com uma arma empunhada. É isso que temos por direitos humanos”, disse ela. “É uma absurdo o que está acontecendo aqui!”, gritou Maristela.
Antes, no mesmo vídeo, dois policiais aparecem dividindo vinagre com os manifestantes, para tentar amenizar os efeitos do gás lacrimogêneo.
“A gente está aqui pra ajudar, meu camarada. Não está para atrapalhar”, justifica o policial.
Em conversa com o EXTRA, Alexandre Jorge, que é do Exército, deu sua explicação sobre o acontecimento.
- Eu não estava no papel de major, estava exercendo o meu papel de morador que poderia ter a casa invadida, e poderia ter sido agredido por mascarados a qualquer momento.
Alexandre explicou ainda que a namorada dele estava em pânico em casa, e havia uma criança no apartamento naquele momento. O lugar, segundo ele, estava tomado pelo gás lacrimogêneo.
- Sou um cidadão de bem que foi coagido por mascarados. Sou uma pessoa do bem -, frisou ele: - Tenho o direito de expurgar quem ameaça o meu lar. Sei que tinha gente do bem ali, mas havia também pessoas agressivas também. Meu prédio não é posto de saúde. Eu reconheço a manifestação como um direito legal, mas não reconheço a violência.
RDIDH se pronuncia
No Facebook, a Rede de Defensores Independentes dos Direitos Humanos publicou um relato do que aconteceu naquela noite:
"Durante a dispersão dos manifestantes, provocada pelo lançamento de bombas, um senhor que atravessava a rua e nada tinha a ver com a manifestação, foi atingido por uma bomba e caiu desacordado no meio da rua.
A Diretora RDIDH, Maristela Grynberg, desceu do seu ponto de observação, de onde monitorava o grupo que acompanhava para resgatá-lo do chão, e antes que alguém se aproximasse para ajudar, policiais arremessaram uma bomba contra os dois.
Nesse instante, alguém se solidarizou e se aproximou da diretora para ajudá-la a carregar a vítima, enquanto que a PMERJ por sua vez, lançou outra bomba em direção ao mesmo grupo que buscava socorro.
Conseguimos abrigo em um prédio e qual não foi nossa surpresa ao sermos enxotados de lá por um morador que desceu armado nos ameaçando. Retornamos às ruas, ainda cambaleantes, e fomos recebidos com mais bombas.
Leis arbitrariamente desrespeitadas; A gravidade do flagrante sobressalta aos olhos, através das imagens que falam por si só. Vivemos em um estado de exceção - é a hipócrita ditadura da democracia.
A RDIDH agradece aos socorristas, aos moradores do prédio que ofereceram abrigo, à pessoa que auxiliou a RDIDH no resgate àquele senhor e ao coletivo Mariachi que registrou esse absurdo e nos possibilitou a disponibilização das provas. ISSO QUE É EQUIPE!!!
PELA DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS, juntos, sempre".

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