21/08/2013 - Tenente-coronel PM é preso acusado de integrar máfia dos caça-níquel

PMs são presos sob suspeita de integrar máfia dos caça-níqueis no Rio

FONTE: DIANA BRITO - DO RIO

Ao menos 20 pessoas --entre elas um tenente-coronel da Polícia Militar, PMs, ex-policiais e agentes penitenciários-- foram presos, na manhã desta quarta-feira (21), sob a suspeita de integrarem a máfia dos caça-níqueis no Rio de Janeiro.
Segundo investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público, os presos faziam parte do esquema de segurança do contraventor Fernando Iggnácio de Miranda, genro do bicheiro Castor de Andrade --morto em 1997.
A ação visa cumprir 26 mandados de prisão e 76 de busca e apreensão.
Até o meio-dia, foram apreendidas 600 máquinas caça-níqueis, 500 monitores e 58 veículos, entre eles motos e caminhões, além de R$ 300 mil, na sede da empresa Ivegê Indústria de Video Games LTDA, de Fernando Iggnácio, em Bangu, zona oeste da cidade.
Cerca de 400 policiais militares e promotores participam da operação. Eles ainda contam com 100 carros e dois helicópteros. Mais cedo, PMs entraram no apartamento de luxo de Iggnácio, na avenida Prefeito Mendes de Moraes, em frente à praia de São Conrado, zona sul carioca, mas ele não foi encontrado.
Os presos terão que responder pelos crimes de formação de quadrilha armada e corrupção ativa e passiva. O tenente-coronel Marcelo Bastos Leal, lotado no DGP (Diretoria Geral de Pessoal) da PM, é apontado como chefe do esquema de segurança da máfia. O capitão Walter Colchone, do Comando de Operações Especiais, ex-integrante do Bope (Batalhão de Operações Especiais) também foi preso.
"Eles davam suporte armado, faziam a segurança do transporte das máquinas, dos apostadores e resolviam problemas de pagamento. Se existisse eventual dúvida entre o que foi ganho na aposta e o que era pago pelo explorador, uma pessoa ia ao local resolver o conflito a mando de um deles", explicou o promotor Décio Alonso.

QUARTEL GENERAL
A quadrilha atuava em bairros da zona oeste do Rio como Bangu, Realengo e Campo Grande, além de Marechal Hermes, na zona norte. Uma denúncia aponta que o grupo utilizava as instalações da empresa Ivegê como uma espécie de "quartel-general".
"Uma grande empresa do crime, mas uma agência bancária, que tem diversas salas reservadas pra deliberações, pra tomada de decisões com guichês onde os arrecadadores entregavam o dinheiro e eram identificados por meio de leitura biométrica", afirmou Alonso.
Ainda há suspeita de que o grupo armado "ameaçava e torturava" comerciantes que apresentassem diferenças no pagamento. A média de faturamento da quadrilha não foi divulgada.
"A violência na exploração do jogo retira aquela ideia de glamour do jogo do bicho. As cobranças eram feitas de forma violenta, quando o sujeito não dava o pagamento ele era amarrado, ele era sequestrado, colocavam pra dar volta de carro, davam um susto na pessoa de forma que ela se virasse pra pagar o valor devido", disse o promotor.
Iggnácio disputa a exploração de pontos de caça-níqueis com um dos sobrinhos de Castor: Rogério Andrade. A guerra já dura mais de sete anos. Atualmente, Andrade está em liberdade provisória. Iggnácio continua foragido. Ambos já estiveram presos, mas acabaram beneficiados por ações judiciais.

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