18/02/2013 - Revoltada com prisão, advogada suspeita de ligação com facção em SC tira a blusa
Revoltada com prisão, advogada suspeita de ligação com facção em SC tira a blusa
Renan Antunes de Oliveira
A advogada Francine Bruggemann Wagner, presa no sábado (16) na megaoperação da Polícia Civil de Santa Catarina contra suspeitos de ligação com a facção que teria ordenado a onda de ataques no Estado, foi flagrada por fotógrafos no momento da prisão, em Florianópolis (SC), sem blusa, de sutiã e calças compridas. Exaltada e alegando inocência, ela usou a blusa para esconder o rosto e fugir do calor.
A advogada, que foi presa sob acusação da polícia de usar sua profissão para levar e trazer recados de criminosos da facção PGC (Primeiro Grupo Catarinense) presos e de seus comparsas nas ruas, protagonizou seu protesto solitário, com gritos de inocência, enquanto enfrentava a fila de presos, que estavam sendo fichados no presídio feminino de Florianópolis.
Com ela, já são seis os defensores presos na operação da polícia. A secção local da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) criou uma comissão para avaliar se as prisões de seus filiados foram legais. Os trabalhos começam amanhã (18).
Um colega de Wagner disse que ela foi presa com base "em cartas de presos que defende, encontradas em seu poder", o que para ele não seria suficiente para configurar cumplicidade com criminosos.
Segundo o plantão judiciário da comarca de Palhoça, na Grande Florianópolis, mesma região da cadeia de São Pedro de Alcântara, onde ela atua, Wagner é advogada dativa, indicada pelo Poder Judiciário para defender presos pobres. Nestes casas, a escolha de alguns clientes não é dela. A advogada não pode ser ouvida para esta reportagem para comentar o episódio.
Novos ataques
Mesmo com Santa Catarina usando forças federais e todo contingente estadual para enfrentar o crime organizado, mais um ataque foi registrado na madrugada deste domingo (17), indicando que a facção criminosa que encabeça os incidentes continua ativa.
Segundo a Polícia Militar, o carro de um policial fora de serviço foi incendiado por volta de 3h, em Tubarão (140 km de Florianópolis). Com isso, sobe para 107 o número de ataques, em 34 cidades, na onda de violência iniciada no Estado em 30 de janeiro.
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