26/10/2012 - ONU vai investigar uso de drones por EUA

ONU vai investigar uso de drones por EUA
26 Out 2012

 Relator especial para atividades antiterror disse que morte de civis usando aviões não tripulados é "crime de guerra"

Unidade que apurará casos será em Genebra e vinculada a Conselho de Direitos Humanos. segundo o "Guardian"

DE SÃO PAULO


Em um revés para a política antiterror dos EUA, a ONU planeja criar no ano que vem em Genebra (Suíça) uma unidade dedicada a investigar a legalidade de ataques feito por drones, aeronaves não tripuladas, nos casos em que civis foram mortos.

A informação é do jornal britânico "The Guardian", que reportou declarações de Ben Emmerson, relator especial da ONU que monitora atividades antiterror.
Emmerson disse que, na ausência de um "mecanismo de monitoramento efetivo e independente" dos drones, a ONU vai agir.
"Junto com meu colega Christof Heyns [relator especial sobre execuções extrajudiciais], vou lançar uma unidade de investigação com base nos procedimentos especiais do Conselho de Direitos Humanos [da ONU] para analisar ataques individuais feitos por drones", afirmou ele na Escola de Direito da Universidade Harvard (EUA), segundo o "Guardian".
O relator disse endossar a visão de Heyns de que ataques americanos no Paquistão usando drones poderiam ser "crimes de guerra".
Afirmou que o paradigma da guerra ao terror (ações antiterror onde quer que os terroristas estejam) endossada pelo governo Barack Obama é "indefensável".
"[O paradigma] deu espúrias justificativas para uma gama de sérias violações dos direitos humanos e das leis humanitárias", disse.
Emmerson criticou o fato de que nem Obama nem seu rival nas eleições presidenciais de novembro, Mitt Romney, tenham discutido o tema na campanha.
Durante o governo Obama, ataques com drones aumentaram 500%. Estudo recém-publicado pelas universidades de Nova York e Stanford aponta que 98% dos mortos em ataques de drones são civis ou militantes do baixo escalão, e só 2% dos mortos são os "alvos de grande valor".
Em outro revés para o uso de drones, um advogado do governo britânico disse ontem à Corte Suprema do país que o Reino Unido pode ser questionado por ter compartilhado informações de inteligência usadas em ataques de drones no Paquistão.

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