17/09/2012 - Exército abre inquérito para apurar aparecimento de dois corpos no Campo de Gericinó, na Baixada Fluminense


Exército abre inquérito para apurar aparecimento de dois corpos no Campo de Gericinó, na Baixada Fluminense

Oito pessoas foram mortas há uma semana na região; moradores reclamam de insegurança
Do R7 | 17/09/2012 às 08h41







Chiara Papali/ R7
nilopolis
Caminhada reuniu centenas de pessoas no domingo (16), em Nilópolis, onde os seis jovens assassinados na semana passada moravam.   O CML (Comando Militar do Leste) informou nesta segunda-feira (17) que abriu um Inquérito Policial Militar para apurar como dois corpos apareceram dentro do Campo de Instrução de Gericinó, na Baixada Fluminense. Segundo nota divulgada pela assessoria do CML, o patrulhamento da área foi intensificado por uma companhia de fuzileiros (90 homens).

Ainda de acordo com o CML, o Campo de Instrução de Gericinó mantém, permanentemente, cerca de 35 homens na guarda patrimonial. Segundo a nota, eles fazem patrulhamento a cavalo frequentemente em toda a área.
O Campo de Instrução de Gericinó, administrado pelo Exército Brasileiro, tem 53 km². A área é utilizada para o adestramento de organizações militares do Rio de Janeiro com o objetivo de preparar militares no cumprimento da missão institucional do Exército.

Caminhada reúne amigos e parentes de jovens assassinados na baixada 

Centenas de pessoas, entre amigos e familiares, participaram de uma caminhada no domingo (16) em protesto contra o assassinato dos seis jovens em Mesquita, na baixada. O crime completou uma semana no sábado (15) e foi lembrado por homenagensprotestos e atos ecumênicos durante o último fim de semana.
A manifestação partiu da praça Senhor Canário, em Nilópolis, também na baixada, e foi até a quadra onde aconteceu o velório dos jovens, na última terça-feira (11). Munidos de faixas e cartazes, e vestindo camisetas, os manifestantes pediram mais segurança para a região, mas principalmente para o Parque Natural de Gericinó, em Mesquita, onde os seis amigos teriam sido torturados e mortos por traficantes da favela da Chatuba.
Segundo Cildes Vieira do Espírito Santo, pai de Christian Vieira, de 19 anos, um dos meninos assassinados, o principal objetivo da manifestação foi não deixar o caso ser esquecido.
— Por isso que estamos aqui, para não deixar o caso cair no esquecimento. Queremos chamar a atenção das autoridades e queremos que a segurança seja reforçada aqui na região. O parque (de Gericinó) tem que ficar livre daquela vagabundagem.
José Aldecir da Silva, pai de José Aldecir da Silva Júnior, que não estava entre os rapazes, mas também desapareceu na favela da Chatuba e teve o corpo encontrado na última quinta-feira (13), participou do protesto.
— Meu filho saiu para passear com o passarinho e foi encontrado em condições que nem dá para falar. Agora, o que eu quero é que justiça seja feita.
Para Adriano Dias, da organização não-governamental ComCausa, a caminhada foi representativa.
— A sociedade da Baixada Fluminense se posicionou diante da brutalidade dos assassinatos de Douglas, Vítor, Patrick, Christian, Glauber e Josias. Esses meninos não podem ser somente mais uma estatística de jovens mortos na nossa região.
Os laudos cadavéricos feitos pelo IML (Instituto Médico Legal) nos corpos dos seis jovens confirmam que eles foram torturados antes de serem mortos pelo “tribunal do tráfico”. De acordo com Sérgio Henriques, diretor de Polícia Técnica da Polícia Civil, todos os rapazes foram encontrados pelados e foram agredidos com o cabo de algum objeto agrícola, como um ancinho, por exemplo. Nos corpos também havia marcas de facadas, principalmente no pescoço.
— É uma dinâmica comum em “tribunais do tráfico”. Mandam tirar a roupa, torturam e
depois matam. Eles tinham marcas de que foram arrastados, as mãos estavam amarradas
e tinham mordaças na boca, mas tudo isso feito após serem mortos.
Cada um dos jovens levou de três a quatro tiros de pistola calibre 380 e 9 mm, a maior parte
 na cabeça, e nenhum deles teve nenhuma amputação de membros.
Apesar de todos os ferimentos, o que provocou a morte foram os tiros na cabeça. Para o
 delegado Júlio da Silva Filho, da Delegacia de Mesquita (53ª DP), a motivação para a morte
 dos seis jovens foi o fato de terem sido confundidos com membros de uma facção criminosa
 rival.
Assista ao vídeo:
noticias.r7

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

13/07/2015 - Exército brasileiro recebe dez cozinhas de campanha padrão Otan fabricadas na Espanha

20/08/2015 - Brasil avança no campo das bombas de voo controlado