Amorim não comenta festa de cientistas

21 de julho de 2012 | 3h 05

DÉBORA BERGAMASCO / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

O ministro da Defesa, Celso Amorim, preferiu evitar polêmica ao comentar as informações publicadas ontem pelo Estado sobre o inquérito que apontou possível ligação entre uma festa de cientistas e funcionários da Marinha com o incêndio que destruiu a base brasileira na Antártida. "Existe ainda uma investigação em curso e não é possível tirar conclusões precipitadas para saber quais foram as causas do incêndio. Além do mais, é um documento sigiloso", limitou-se a dizer Amorim.

A assessoria do ministro destacou que ele sempre soube da realização do que foi chamado entre os cientistas como Baile da Terceira Idade. Para Amorim, a única novidade seria o suposto desligamento dos alarmes de incêndio com o objetivo de não detectar a fumaça de gelo seco que ajudou a animar a festa. Por fim, a assessoria informou que o Ministério da Defesa recebe periodicamente informações sobre o curso das investigações.

O inquérito já foi concluído e está desde o dia 16 de julho nas mãos do procurador de Justiça Giovanni Rattacaso, do Ministério Público Militar. Ele tem até o dia 31 para se manifestar - prazo prorrogável por mais 15 dias. Rattacaso decidirá se vai oferecer a denúncia à 1.ª instância da Justiça Militar, se pedirá novas diligências ou se arquivará a investigação. Ele não foi localizado para comentar o assunto.

Indenizações. Sobre o manifesto assinado por 30 pesquisadores que reivindicam indenizações pelas perdas materiais em decorrência do fogo que atingiu a base militar, a assessoria de Celso Amorim informa que "o ministro nunca afirmou que haveria tal restituição. Na época, houve um estudo para indenizar apenas as famílias dos dois militares mortos durante o incêndio". 

via: estadao