- 13/07 - A placa na AMAN


13/07 - A placa na AMAN
Por Jorge Alberto Forrer Garcia – Coronel Reformado
Nessa recente polêmica (outra...) entre os militares inativos e o Comando do Exército
 a respeito da colocação de uma placa na Academia Militar de Agulhas Negras
(AMAN) em decorrência do Acordo Amigável entre a Organização dos Estados
Americanos (OEA) e o Exército Brasileiro, homenageando um cadete que faleceu na
 instrução, resolvi manifestar minha singela opinião.
Achei que se poderiam homenagear TODOS os cadetes que faleceram nessa
 mesma circunstância, e não apenas 1 (um).
E por que tomar o ano de 1990 como “ponto de inflexão”? Ora, muitos cadetes faleceram 
antes e depois desse ano. O que houve de especial com o caso de 1990?
Pensando assim, encaminhei correspondência a quem de direito, solicitando que
 fossem adicionados na placa em questão, os nomes dos companheiros que integrariam
 a Turma de 1977 (turma da qual faço parte) e que, como cadetes, morreram na instrução.
 São eles os saudosos:
Cadete Gilberto Pereira NOGUEIRA - Faleceu no 3º ano em decorrência de atingimento
 por estilhaço durante exercício de tiro real com Can SR 57mm.
Cadete Miguel Paulo Soto CHOUCINO – Faleceu no 4º ano em decorrência de acidente
 com viatura em exercício da SIEsp.
Cadete Jocelino Leite CALDAS - Faleceu no 4º ano em decorrência de acidente com viatura
 em exercício da SIEsp.
Cadete Luis Edson Gewehr DUTRA - Faleceu no 4º ano em decorrência de acidente com
viatura em exercício do Curso de Infantaria.
Minha intenção, que muitos podem tomar como pretensão (não ligo mais...) é reparar
manifesta injustiça para com aqueles companheiros de turma. Afinal, por que dar a uma
 só família a honra, ainda que apenas uma reparação, de ver o nome de seu filho falecido
numa placa na AMAN?
Sobre o assunto, não acredito - e nem aceito - essa conversa de que vivemos outros tempos
O tempo de todos os cadetes é o mesmo. Vai desde quando desembarca na Academia até
 o dia em que é declarado aspirante. E, nesse período, não há cadetes especiais, reinando,
 ao longo desses anos, a mais democrática “ralação”, e sabemos que esse é o preço a 
pagar para receber aquela primeira estrelinha mixuruca, ainda sem cor.
Os cadetes especiais são sempre uma referência feita ao e no passado, depois do
 “aspirantado”, quando já estamos definitivamente organizados hierarquicamente. É então
 que nos referimos aos companheiros de turma como “o zero um foi um cadete especial ...”
ou “o atleta fulano já era especial como cadete...”
Então, se se pretende homenagear um cadete falecido na instrução...melhor
que se homenageiem TODOS, pois, no meu modesto entender, não há cadetes
especiais. Todos o são, mormente os falecidos em serviço.
Em minha opinião, a inclusão de todos os nomes de cadetes falecidos em decorrência
 de acidentes na instrução, valorizaria a placa e esvaziaria o evento (um pouco, apenas,
um pouco...) quanto ao seu aspecto de submissão a ditames estrangeiros, e, acredito, com
uma repercussão mais favorável no seio da Força.
Entendam que enviei a correspondência inicialmente citada e escrevi o presente texto
 como integrante da turma, e não como representante dela.
Cadete 562 - Garcia
 Curitiba/PR - 13 de julho de 2012.  via: averdadesufocada

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