- Copa vigiada


04 Jun 2012

Plano Estratégico de Segurança para a Copa do Mundo de 2014 prevê um policial para cada 30 torcedores em dias de grandes jogos

Adriana Nicacio


Contrariando a tradição brasileira de deixar tudo para a última hora, o esquema de segurança para a Copa do Mundo de 2014 está sendo traçado com antecedência em seus mínimos detalhes. ISTOÉ teve acesso ao Plano Estratégico de Segurança preparado para o grande evento do futebol mundial. Com 53 mil policiais treinados em todo o País e pelo menos 50 mil homens de segurança privada convocados para auxiliar durante a Copa, o plano prevê a escala de um policial para cada grupo de 30 pessoas em dias de jogos expressivos. A Polícia Federal deverá cadastrar três mil vigilantes para acompanhar as torcidas dentro de cada estádio e nos complexos internos das arenas. Estão previstos ainda o uso de helicópteros com câmeras capazes de captar e estabilizar imagens durante o dia e a noite, com sensores infravermelhos ou térmicos, aviões não tripulados (Vants) e gruas gigantes com câmeras em locais de grande aglomeração. Haverá um comando-geral com sede em Brasília, num prédio que já está em construção. Apesar de todo esse aparato, inspirado no modelo europeu de segurança para eventos desse porte, a polícia não exibirá armas e só aparecerá ostensivamente em momentos de crise. "O policiamento será intenso, mas nossa atuação será bastante discreta. A Copa é uma festa e não vamos instalar um clima de guerra", explicou à ISTOÉ o delegado federal Valdinho Jacinto Caetano, titular da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos.
Cada uma das 12 cidades-sede terá seu próprio centro de comando. Serão prédios, com mais de 500 metros quadrados, funcionando 24 horas por dia, de onde será possível controlar tudo o que ocorre nas cidades, com alta tecnologia, num sistema integrado entre as polícias Civil, Militar, Federal, Rodoviária, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e funcionários das companhias de água, luz, telefone e gás. Os centros são inspirados na gestão de segurança de grandes cidades no Exterior, como Cidade do México, Nova York, Londres, Paris, Madri e Israel, para onde foram enviados especialistas brasileiros. "Vamos poder agir com uma rapidez jamais vista", disse o coronel Ilídio Ferreira Vilaça, coordenador do projeto de construção do Centro de Controle Integrado de Pernambuco.
As ações das polícias no Brasil serão padronizadas e nos Estados todos os responsáveis pela segurança usarão a mesma frequência de rádio e terão acesso ao sistema i24 por 7, da Interpol, além de treinamento com o FBI e a Cruz Vermelha. "Faremos cursos antibomba, antitumulto e de demais situações de ameaças. Estamos extremamente preparados", diz o delegado Caetano. Em Brasília, policiais já foram treinados para a segurança de autoridades, riscos químicos, biológicos, radiológicos e nucleares, num acordo de colaboração bilateral com os Estados Unidos. Em São Paulo, agentes do FBI deram treinamento a militares paulistas em caso de ataques terroristas e combate às armas de destruição em massa. De todo o aparato, o delegado Caetano acredita que o principal legado da segurança na Copa será a integração entre as forças de segurança do País. "A Copa representará um divisor de águas na segurança pública", prevê.

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