- Presidente da OAB/AC propõe boicote à Bolívia


Presidente da OAB propõe boicote à Bolívia
15 Mai 2012

Escrito por Leandro Chaves - leandrochaves@pagina20.com.br  

Florindo Poersch sugere que fronteira seja fechada para que vizinhos sintam impacto financeiro


Insatisfeito com o tratamento dispensado pelo governo boliviano aos brasileiros que vivem no país vizinho, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Acre (OAB/AC), Florindo Poersch, propõe a realização de audiência pública entre as diversas instituições locais para que haja um boicote comercial à Bolívia.
O advogado sugere o fechamento da fronteira para fazer com que os bolivianos sintam os impactos financeiros. Diariamente, dezenas de pessoas cruzam os municípios acreanos de Brasileia e Plácido de Castro, que fazem divisa com a Bolívia, para comprarem produtos mais baratos - muitos deles sem pagarem os impostos.
Poersch acredita que a medida poderá chamar a atenção da grande imprensa e, consequentemente, das autoridades nacionais visando a resolução definitiva dos impasses que ocorrem há anos entre bolivianos em brasileiros. Ele explica que a ação não seria uma forma de retaliar os vizinhos, mas apenas uma oportunidade de forçar um diálogo entre os dois países para melhorar as condições dos brasileiros na Bolívia.
Para a audiência pública, a ideia, segundo Florindo, é convidar sindicatos, associações comerciais, entre outras entidades representativas da sociedade civil do Acre.
“Com as compras dos acreanos em Cobija, por exemplo, geramos emprego e renda na Bolívia em vez de contribuirmos com o comércio local. Além disso, recebemos de braços abertos os bolivianos, que têm tratamento humano e sem discriminação. Muitos são até mesmo profissionais liberais. O problema é que não há reciprocidade.”
O advogado afirmou ainda que os bolivianos possuem um comportamento desrespeitoso com os brasileiros desde muito tempo, situação que se “agravou com o governo do atual presidente Evo Morales”. “Eles afrontam o nosso povo e acham que ao Brasil resta se curvar diante dos seus caprichos.”

Bolívia expulsa colonos brasileiros

A indignação de Florindo Poersch diz respeito, entre outros fatos, ao recente episódio de expulsão de colonos acreanos que vivem em território boliviano. O caso aconteceu há poucas semanas em Capixaba, a 70 quilômetros de Rio Branco, e foi seguido de uma invasão do exército daquele país ao município de fronteira.
Segundo informações divulgadas na imprensa local, os soldados, portando armas de fogo, fizeram compras no comércio da cidade e abasteceram seus veículos em um posto de gasolina, assustando os moradores. A Polícia Federal e o exército brasileiro logo foram acionados, mas não houve confronto entre os dois lados.
Há dois anos, o governo boliviano ensaiou a primeira tentativa de expulsão dos acreanos que viviam do outro lado da fronteira para assentar centenas de famílias camponesas de outras regiões do país. A medida indignou parlamentares e autoridades do Acre, que cobraram dos governantes da Bolívia providências para o caso.
As pressões bolivianas também atingem os estudantes brasileiros que residem no país. Muitos deles reclamam de preconceito por parte da população e até mesmo das autoridades locais, além da cobrança de taxas excessivas. Até 2010 cerca de seis mil estudantes brasileiros viviam na Bolívia. Boa parte deles é atraída pela possibilidade de realizar faculdade de medicina por preço acessível e sem a necessidade de aprovação em vestibular.

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